Como eu havia prometido, um pouco da vida e obra desse ícone das artes plasticas da década de 80.
O nome dele é Jean-Michel Basquiat.
È necessário saber sobre Basquiat e Andy Warhol (Veja postagem anterior), para "entender", ou perder a resistência que existe com relação a arte Contemporânea e desfrutar de toda riqueza estética e os caminhos da arte nos nossos tempos.
Basquiat erafilho de pai haitiano e mae porto-riquenha, nasceu em Nova York e em seu curto espaço de tempo de vida, (1960-1988),personificou a cena artistica da década de 80, e quem é da minha geração sabe bem do que eu estou falando.Vivemos exatamente esse momento da arte ,a fusão da cultura dos jovens ,a cultura de massa,mídia,aparecimento da aids...Basquiat esta envolto em tudo isso , do anonimato a fama, dinheiro, excessos, e auto-destruição,drogas.
Sua imagem pública tende a ofuscar sua curta e extraordinária trajetória artistica.
Começou grafitando muros em Nova York.Seu trabalho chamou muito a atenção pela qualidade e riqueza de informação imagética e elementos e símbolos de outras culturas que ele se apropriava .
Pinturas e desenhos que evocavam a vida marginal ,urbana, negra, história e cultura negra,simbolos gregos, maias, assim como o o próprio senso de identidade conflituosa do artista.
Seus pais se separaram e ele e as irmãs vão para Porto Rico por dois anos, tempo em que ele entrou em contato com suas raizes latinas.
Basquiat volta para Nova York, faz amizade com Al Diaz e juntos começam a fazer seus trabalhos pelos muros da cidade de Nova York .Com o artista gráfico Al Diaz cria a SAMO (same old shit - mesma velha merda), marca e assinatura que usava para espalhar as suas obras pelas paredes da cidade.
Apesar de Basquiat ser artista de rua, não era pobre. Seu pai tinha bens e ele estudou em escolas particulares e não consegue se adaptar às escolas convencionais. Passa a freqüentar a Edward R. Murrow High School mas a abandona praticamente no final do curso, sai de casa, vai morar com amigos, e passa a pintar camisetas que ele mesmo vende nas ruas.
Aos poucos torna-se uma celebridade, começa a aparecer num programa da TV a cabo e é convidado a participar do filme Downtown 81, investindo o dinheiro que ganhou em materiais de pintura. O filme relata um dia na vida do jovem artista à procura da sobrevivência e mistura hip hop, new wave e graffiti, manifestações artísticas típicas do início da década de 80.
Com Madonna-Namorados em 1981
Mudança de rumo
Com a fama adquirida passa a ter dinheiro, torna-se artista internacional de vanguarda e amigo de pessoas influentes, conhecendo e convivendo com Andy Warhol, com quem compartilhou forte amizade.
Warhol proporcionou a ele lugar para morar, materiais para trabalhar, além de ajudar a divulgar o seu trabalho e patrocinar algumas excentricidades, típicas de endinheirados. Nessa época Basquiat abandonou a arte de rua e o graffiti e decreta nas paredes: "SAMO morreu".
Começa a pintar telas que passam a ser adquiridas e comercializadas por marchands de Zurique, Nova York, Tóquio e Los Angeles, ávidos por novidades.
De artista que vivia precariamente passa a ser um artista consumido e recebido nos salões mais chiques e exclusivos de Nova York.
A arte de Basquiat, chamada de "primitivismo intelectualizado", uma tendência neo-expressionista, retrata personagens esqueléticos, rostos apavorados, rostos mascarados, carros, edifícios, policiais, ícones negros da música e do boxe, cenas da vida urbana, além de colagens, junto a pinceladas nervosas, rabiscos, escritas indecifráveis, sempre em cores fortes e em telas grandes.
Quase sempre o elemento negro está retratado, em meio ao caos.
Há também uma dessacralização de ícones da história da arte, como a sua Mona Lisa (acrílico e óleo sobre tela) que é uma figura monstruosa riscada no suporte.
O período mais criativo da curta vida e da carreira meteórica de Basquiat situa-se entre 1982-1985, e coincide com a amizade com Warhol, época em que faz colagens e quadros com mensagens escritas, que lembram o graffiti do início e que remetem às suas raízes africanas. É também o período em que começa a participar de grandes exposições.
Em 1982, com a mostra Anatomy, foi o mais jovem artista da famosa exposição Dokumenta, de Kessel. E, em 1983, o mais jovem artista da Bienal do Whitney Museum, de Nova York.
Daí em diante, participa de centenas de exposições e passa a ter trabalhos espalhados por vários dos museus mais importantes do mundo, como: Osaka City Museum of Modern Art, Japão; Chicago Art Institute, Illinois, Estados Unidos; Everson Museum of Art, Syracuse, Nova York, Estados Unidos; Solomon R. Guggenheim Museum, Nova York, Estados Unidos; Kestner-Gesellschaft, Hannover, Alemanha; Museum Boymans-van Beuningen, Roterdã, Holanda; Museum of Contemporary Art, Chicago, Estados Unidos; Museum of Contemporary Art, Los Angeles, Estados Unidos; Museum of Modern Art, Nova York, Estados Unidos; Museum of Fine Arts, Montreal, Canadá; Whitney Museum of American Art, Nova York, Estados Unidos.
House Eye
Obra de Andy Warhol e Jean-Michel Basquiat comprado por Versace -House Eye.
O quadro é o mais valioso do leilão londrino - cerca de 300 mil libras (R$ 1,3 milhão).
A morte do amigo e protetor Andy Warhol, em 1987, deixa Basquiat abalado e debilitado e isso se reflete na sua criação.
Os críticos, sempre muito exigentes, já não o tratam com unanimidade e Basquiat responde a essas cobranças, associando-a ao racismo arraigado da sociedade americana.
Solitário, exagera no consumo de drogas e em agosto de 1988 acontece a trágica morte por overdose de heroína, que põe fim à carreira brilhante do primeiro afro-americano a ter acesso à fechada cena das artes plásticas novaiorquinas e, a partir daí, presença nas mais importantes mostras do mundo, entre elas, uma sala especial, em 1996, na 23ª Bienal de São Paulo, e em 1998, uma retrospectiva na Pinacoteca do Estado de São Paulo.
Conheça mais-Basquiat (1996), filme inspirado na vida do artista, dirigido por Julian Schnabel, com Jeffrey Wright como Basquiat e David Bowie como Andy Wahrol.
POLAROID DE ANDY WARHOL
Abaixo um video a partir do episódio final de Estado da Arte, uma série de documentários sobre as artes visuais na década de 1980.Filmada na Europa, Estados Unidos e na Austrália, em 1985-6, os seis programas característica chave muitos artistas incluindo -, além de Basquiat e Warhol - Cindy Sherman, Antony Gormley, Hans Haacke, Eric Fischl e Joseph Beuys. Os filmes também explorar o contexto intelectual da época e as ideias do pós-modernismo. A série foi originalmente considerada a Channel 4 na Grã-Bretanha e, em seguida, mostrou em mais de 20 países.
Fontes:UOL
br.geocities.com/m80811/basquiat.htm